Para John, póstumamente
Já faz algum tempo desde que recebi a ligação da Taiane anunciando sua morte. Sinceramente, até hoje, eu custo a acreditar nela. Custo a acreditar que me roubaram um amigo confidente, gente de beleza rara e cheia de sonhos. Tipo de gente que costuma mudar o mundo. Não lhe deram a oportunidade de mudar nada,meu amigo...
A voz da Taiane tremia ao telefone. Eu, meio aturdido, tentei acalmá-la pois seu nervosismo misturado ao choro compulsivo não ajudava na compreensão de uma sílaba se quer das palavras atropeladas que brotavam de sua boca. Analisando rapidamente a situação, pude supor que a notícia, tão difícil de ser dita, dolorosamente proferida, seria algo relacionada a você. “Sofreu algum acidente, meu Deus?”, pensei de imediato. “Será que está na UTI, internado ou o quê? Quantas vezes o avisaram sobre o jeito inconseqüente que pilotava aquela moto!”.Já faz algum tempo desde que recebi a ligação da Taiane anunciando sua morte. Sinceramente, até hoje, eu custo a acreditar nela. Custo a acreditar que me roubaram um amigo confidente, gente de beleza rara e cheia de sonhos. Tipo de gente que costuma mudar o mundo. Não lhe deram a oportunidade de mudar nada,meu amigo...
Infelizmente, meus palpites eram otimistas demais.
Por conta da inquietude de minha amiga, me dispus a ir até a casa dela para que me contasse com calma o que lhe causava tamanho desespero e dor. No caminho de pedras, apertava meu passo, olhando sempre em frente , tentado não supor que o pior lhe havia acontecido.